Saint´Clair L. Nascimento
No bojo da crise desta atual onda avassaladora de terror e violência, que impera no Rio de Janeiro, foi-nos dado ver, pela primeira vez, a prevalência do bom senso. Vemos autoridades lúcidas e desprovidas de vaidade, a atuarem juntas contra o mal, ou seja, contra os exércitos malditos de narcotraficantes. É o Estado legal que busca a vitória sobre a bandidagem insana e desenfreada, como forma de devolver a tranqüilidade às populações afetadas.
São as forças regulares da União, dos Estados e Municípios, que se uniram para enfrentar o inimigo comum que ameaça as populações civis, desarmadas e apavoradas.
Tudo começou no ultimo dia 21 de novembro, um domingo, quando saiu dos presídios a ordem do bandido “Marcinho VP” e de outros chefes do crime: “Bagunçar geral...” A partir daí desencadearam-se e seqüenciaram-se os atentados, ataques, incêndios, depredações e demonstrações impiedosas do demoníaco poder de fogo do crime. Faz lembrar o pavoroso “Dia das Mães” de 2006 em São Paulo, com seus mais de 600 óbitos e o abjeto armistício negociado pelo Estado com o bandido “Marcola”.
Também Fernandinho Beira-Mar, como se apurou, nunca teve dificuldades de emitir mensagens diversas, de seus confinamentos de segurança máxima, seja para ordenar rebeliões, seja para prolatar decretos de morte contra desafetos, escrupulosamente cumpridos por seus fâmulos e subalternos.
A triste constatação de agora é que processar, julgar, condenar e segregar os bandidos são condutas estatais ineficientes, incapazes de por si só pacificar a Nação. É que os bandidos condenados e presos montam, de dentro para fora dos presídios, uma poderosa e formidável teia de contatos que lhes permite a continuidade no comando das atividades criminosas e o constante crescimento de suas fortunas pessoais criminosamente amealhadas.
Além disso, apadrinhados da turma dos “direitos humanos”, os bandidos são protegidos pelo Estado que lhes propicia boa cama, boa mesa, boa roupa lavada e sexo prazeroso e regular, através do desfrute e do regalo de visitas íntimas de belas mulheres. É garantida, também, as entrevistas com seus advogados delinqüentes, transmudados em “pombos-correio”, além das transferências de um presídio a outro, em viagens aéreas já denominadas de “narco-turismo”. Tudo bancado pelo suor do contribuinte. É um achincalhe. Quem quer mais?
O crime hoje se tornou supra-nacional, extravasa as fronteiras nacionais e atinge mortalmente as populações ordeiras e combatê-lo, na sua configuração atual, é como “enxugar gelo”. Urge mudar!
O Presidente Lula da Silva acenou com a necessidade de criar-se um organismo sul-americano, com autonomia internacional, para acometer em qualquer ponto do Cone-Sul, contra a produção e o tráfico de drogas e contra o contrabando do possante armamento em uso.
Seria, talvez, como uma super “Interpol”, com “carta-branca” para atacar o coração do crime em qualquer dos países envolvidos... Enquanto aguardamos essa utopia, porém, torçamos veementemente para que o esforço concentrado desse formidável aparato bélico, formado pelas três armas e pelas policias federais e estaduais, consiga dar conta do recado e desalojar definitivamente os bandidos, de suas casamatas incrustadas em meio à inocente e desprotegida população civil obreira das favelas.
É agora, ou nunca...
Nenhum comentário:
Postar um comentário