domingo, 28 de novembro de 2010

É AGORA OU NUNCA


Saint´Clair L. Nascimento

No bojo da crise desta atual onda avassaladora de terror e violência, que impera no Rio de Janeiro, foi-nos dado ver, pela primeira vez, a prevalência do bom senso. Vemos autoridades lúcidas e desprovidas de vaidade, a atuarem juntas contra o mal, ou seja, contra os exércitos malditos de narcotraficantes. É o Estado legal que busca a vitória sobre a bandidagem insana e desenfreada, como forma de devolver a tranqüilidade às populações afetadas.

São as forças regulares da União, dos Estados e Municípios, que se uniram para enfrentar o inimigo comum que ameaça as populações civis, desarmadas e apavoradas.

Tudo começou no ultimo dia 21 de novembro, um domingo, quando saiu dos presídios a ordem do bandido “Marcinho VP” e de outros chefes do crime: “Bagunçar geral...” A partir daí desencadearam-se e seqüenciaram-se os atentados, ataques, incêndios, depredações e demonstrações impiedosas do demoníaco poder de fogo do crime. Faz lembrar o pavoroso “Dia das Mães” de 2006 em São Paulo, com seus mais de 600 óbitos e o abjeto armistício negociado pelo Estado com o bandido “Marcola”.

Também Fernandinho Beira-Mar, como se apurou, nunca teve dificuldades de emitir mensagens diversas, de seus confinamentos de segurança máxima, seja para ordenar rebeliões, seja para prolatar decretos de morte contra desafetos, escrupulosamente cumpridos por seus fâmulos e subalternos.

A triste constatação de agora é que processar, julgar, condenar e segregar os bandidos são condutas estatais ineficientes, incapazes de por si só pacificar a Nação. É que os bandidos condenados e presos montam, de dentro para fora dos presídios, uma poderosa e formidável teia de contatos que lhes permite a continuidade no comando das atividades criminosas e o constante crescimento de suas fortunas pessoais criminosamente amealhadas.

Além disso, apadrinhados da turma dos “direitos humanos”, os bandidos são protegidos pelo Estado que lhes propicia boa cama, boa mesa, boa roupa lavada e sexo prazeroso e regular, através do desfrute e do regalo de visitas íntimas de belas mulheres. É garantida, também, as entrevistas com seus advogados delinqüentes, transmudados em “pombos-correio”, além das transferências de um presídio a outro, em viagens aéreas já denominadas de “narco-turismo”. Tudo bancado pelo suor do contribuinte. É um achincalhe. Quem quer mais?

O crime hoje se tornou supra-nacional, extravasa as fronteiras nacionais e atinge mortalmente as populações ordeiras e combatê-lo, na sua configuração atual, é como “enxugar gelo”. Urge mudar!

O Presidente Lula da Silva acenou com a necessidade de criar-se um organismo sul-americano, com autonomia internacional, para acometer em qualquer ponto do Cone-Sul, contra a produção e o tráfico de drogas e contra o contrabando do possante armamento em uso.

Seria, talvez, como uma super “Interpol”, com “carta-branca” para atacar o coração do crime em qualquer dos países envolvidos... Enquanto aguardamos essa utopia, porém, torçamos veementemente para que o esforço concentrado desse formidável aparato bélico, formado pelas três armas e pelas policias federais e estaduais, consiga dar conta do recado e desalojar definitivamente os bandidos, de suas casamatas incrustadas em meio à inocente e desprotegida população civil obreira das favelas.

É agora, ou nunca...

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sábado, 13 de novembro de 2010

ENEM 2010, ESTRONDOSO “SUCESSO”


Saint Clair L. Nascimento
A cada vez que ocorre uma lambança administrativa ou uma tranquibernice peculatária em seu governo, o Presidente transfere a culpa para a oposição e surge, então, com uma de suas afamadas metáforas.
Sim, porque é metafórico dizer à Imprensa, como o fez ao desembarcar na noite de 9 do corrente em Maputo, Moçambique, que o ENEM foi um sucesso.
Disse nosso mandatário:
“Tem muita gente que quer que afete porque até hoje tem gente que não se conforma com o ENEM, mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem-sucedido.” (gn)
A amnésia de que parece sofrer o governante leva-o a esquecer-se da vergonhosa cronologia do ENEM, que nos últimos anos passou por vazamento de provas, publicação de gabaritos errados, informações truncadas e que teve sua culminância no furto de provas perpetrado por cinco funcionários da gráfica contratada pelo MEC, a CETROS, denunciados em 2009 pelo Ministério Publico Federal por peculato, violação de sigilo funcional, corrupção passiva e extorsão.
O teste de 2010 gerou turbulências jurídicas e está pendente de julgamento da Juíza Federal do Ceará, Karla Maia, preventa por ter concedido a liminar de suspensão do certame, e que poderá decretar, no exame de mérito, a anulação do mesmo, por perda de credibilidade e pelas inversões dos cabeçalhos nas folhas de respostas.
Neste ano o erário despendeu R$ 140 milhões para o teste fracassado, que afetou 4,6 milhões de estudantes em todo o Brasil e, sobretudo, frustrou as Universidades, que pretendiam usar os resultados em seus vestibulares mas, segundo Lula foi, ainda assim, um “sucesso”.
Não chego a concordar que seja coisa de cara-de-pau, como quer Reinaldo Azevedo, da “Veja”e, tampouco, sinto o cheiro costumeiro de burla, fraude, patifaria, trapaça, trampolinice...
Penso, ao contrário, que seria otimismo inconseqüente, ou mesmo ataque de ingenuidade como os de que sofria “Candide”, o discípulo do filósofo Pangloss em “L´Optimisme” de Voltaire, ao ouvir as preleções do mestre que, ante alguma desgraça ou infortúnio com que deparasse dizia, não obstante e sempre: “ ... tudo vai muito bem, neste que é o melhor dos mundos.”



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