sábado, 31 de dezembro de 2011

O NATAL FANTÁSTICO DO “BEIRA-MAR”


 A ciência criminológica nos ensina que o poder punitivo do Estado na esfera penal se exercita em fases, iniciadas pela consumação delitiva, passando pelo processo-crime, o julgamento e, ao final, a condenação. Assim, um determinado agente de determinado crime é submetido ao devido processo-penal-legal, com direito ao exercício da ampla defesa e, uma vez condenado, é encaminhado à reclusão.
Presume-se que o condenado se torne, a partir daí, um paciente do sistema sócio-educativo carcerário, isolado do mundo exterior e, mormente, de seus asseclas do meio criminoso operacional, para que o sistema processual penal possa dedicar-se a outros novos crimes perpetrados por outros novos criminosos. O condenado ficaria, em tese, sujeito a completo isolamento, para início de seu processo de ressocialização e futura re-inserção no meio social.
Não é, porém, o que ocorre com o hoje internacional mega-traficante Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, recolhido desde abril de 2.000  a penitenciárias federais de segurança máxima como Catanduvas/PR, donde foi removido para Campo Grande/MS,   pela iminência de seu resgate por asseclas provenientes do Paraguai e,  agora, recolhido  em Mossoró/RN.
Líder incontestável do chamado Comando Vermelho, exerce poderosa influência dentro dos presídios e, detrás das grades, continua a chefiar com suprema autoridade a organização criminosa, ordenando mortes, seqüestros e operações milionárias de tráfico de armas e drogas.
Não obstante a reclusão do malfeitor em segurança máxima, as autoridades apreenderam documentos com instruções do celerado no Morro do Alemão, durante a ocupação de 2010 e, bilhetes seus detalhando esquemas operacionais foram encontrados, também, em São Paulo, quando da prisão de sua longa-manus Sonia Rossi, a chamada rainha do pó. Essa intensa troca de mensagens entre o condenado “Beira-Mar” e os membros de suas societas sceleris é inexplicável e muito suspeita ...
A mídia nacional difunde agora o que o chama de “Faturamento do Grupo Beira-Mar” isto é, os  62 milhões de dólares que a traficância do Beira-Mar Shioppin  rendeu ao bandido, no exercício de 2010, não se conhecendo ainda as cifras de 2011. Pela  opulência desse Natal,  Fernandinho devia ser convidado a proferir palestras sobre empreendedorismo e sucesso para executivos brasileiros, dado sua inquestionável competência no gênero.  
Os EUA pediram ao Brasil, no ano de 2002,  a extradição do facínora,   em razão das danosas  estrepolias por ele praticadas,  ali e pelo mundo. A moção foi negada por nosso Governo pela questão técnica de ter ele nascido no Brasil. É o estranho e incompreensível apego de nossos dirigentes por seus bandidos...
Lá entre os gringos o delinqüente é conhecido por Fredy Seashore, a versão inglesa para “Fernandinho Beira-Mar”.
        

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NOSSOS NÚMEROS BRASILEIROS


Como brasileiros temos de nos orgulhar, sim, evidentemente sem patriotadas ou “me-ufanismo”, de sermos o maior país do Cone Sul e o 5º maior do mundo, de termos a 4ª população do planeta e de ostentarmos a 7ª economia dentre os 193 estados-membros das Nações Unidas. 
Nossa democracia também está mais amadurecida e nossa população mais afinada com seus foros de cidadania, como no caso recente da lei da ficha limpa, a primeira de iniciativa popular no Brasil, que pretende defenestrar para sempre os políticos sem compostura, bandidos assumidos, que emporcalham a vida pública. 
Vi na mídia, dias atrás, a lição admirável de José Augusto Reguffe, jovem deputado federal por Brasília, que reduziu de 25 para 09 o número de assessores de seu gabinete na Câmara Federal. O exemplar Reguffe faz, ademais, uma campanha tenaz e bem-vinda contra a aporte extra de 386 milhões de reais ao caixa da Câmara, um rateio de agrado de fim de ano aos parlamentares, já chamado por eles de “pacote de natal”.
O que fizeram pelo Governo os nossos lacunosos políticos, para tão polpuda e generosa paga? Lembrei-me então de um artigo do amigo Luiz Sefair, publicado na Tribuna de Minas, que me foi passado por meu companheiro Coronel Valle, no qual o articulista comenta a liberação da verba de 13 milhões de reais, um empenho do Governo Federal para custeio de uma estátua de Lula, na Praça dos Três Poderes, próximo do Palácio do Planalto, a sede do executivo brasileiro. 
São muitos números, e o Brasil os tem assustadores!
Os Estados Unidos da América, por sua política internacional intervencionista e usurpadora, não constituem um paradigma de nação a ser imitado, mas, sua extensão territorial e a organização de seu governo sugerem-nos algumas similitudes comparativas.
O Poder Executivo dos americanos, com a mais formidável maquina publica e administrativa do mundo, com interesses políticos, militares, econômicos e financeiros nos cinco continentes, funciona com 23 ministérios, que lá se chamam departamentos; nós brasileiros sustentamos 38 ministérios, em um grande emaranhado de atribuições superpostas, muitos de utilidade discutível.    
O poder executivo dos norte-americanos tem à sua disposição, segundo dados disponíveis, 9.051 cargos comissionados, isto é, de confiança ou de livre nomeação, ao passo que nosso poder executivo brasileiro dispõe de 20.500 dos ditos cargos comissionados, sinecuras a serem distribuídas como aos “amigos do rei”, ou seja, ao filiados do partido no poder e à sua fisiológica base aliada, sem qualquer critério de competência ou de especialização.  E aqui não falamos do uso partidário que fazem de tais cargos em seus limites territoriais os 26 governadores e 5.560 prefeitos, uma farra homérica.
Eles, lá nos Estados Unidos, têm 100 senadores, isto é, 02 por cada um dos 50 estados e 435 deputados para a população nacional de 300 milhões de habitantes; nós, brasileiros, elegemos 81 senadores, sendo 03 por cada um dos 26 estados e 513 deputados, para uma população de 193,7 milhões de habitantes.
É sem dúvida, um esbanjamento inominável!
Temos também outros dados numéricos arrepiantes, como por exemplo, os 663 atos secretos do Senado da Republica, escamoteados da publicação no Diário Oficial da União e denunciados em 2009, um portentoso escândalo, a que se somaram contratações irregulares, pagamentos indevidos de auxílio-moradia a senadores, inchaço espúrio no número de diretorias do Senado, nepotismo explícito e/ou cruzado e muitas outras mazelas tais.

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