Vice Presidente José Alencar |
Saint’Clair L .do Nascimento
O empresário José de Alencar Gomes da Silva, Ex-Vice-Presidente do Brasil se foi ontem, dia 29 e nas suas exéquias, a mídia repetia, à saciedade, a resposta que deu ele, a quem indagava de seu estado de espírito, ante a devastadora enfermidade:
“Não temo a morte! Deus se quiser me leva, com câncer ou sem ele. O que temo, mesmo, é a desonra”
A refutação do grande brasileiro trouxe-me à lembrança os políticos “fichas-sujas”, meliantes que não temem a desonra.
Alcançaram, os ratoneiros, uma espetacular vitória no STF, uma benesse concedida pelo recém- nomeado ministro Luiz Fux; o voto desempatador do celebrado jurista privilegiou o principio constitucional da anualidade, em detrimento do princípio, também constitucional, da moralidade, um primado da CF/88.
A moralidade, a decência, o pudor e a honestidade são valores de que a Nação nunca esteve tão carente. Os “fichas-sujas” que constituem uma enorme e facinorosa caterva nos níveis federal, estadual e municipal, ostentaram para a Nação perplexa e desprotegida, o seu imenso e ignoto poder de mobilização.
Estou com o eminente Juiz Dr. Marco Aurélio Lyrio Reis, nosso líder juizforano do Movimento Tiradentes para quem, ao privilegiar o principio da anualidade, o ministro desempatador fez “a opção pela malandragem”.
A moralização e a faxina da política no Brasil, com a catarse do processo eleitoral tornando inelegíveis os safardanas está adiada, mas a Nação tem de ser reconhecida aos votos vencidos dos sobre-juízes Ayres Brito, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lucia e Ellen Gracie, que cerraram fileira com os 1 milhão e 600 mil signatários da memorável mobilização popular.
E, não obstante sua postura imprevidente vimos, com estupefação, esta assertiva surpreendente que o ministro Fux fez, em seu polêmico voto:
“A Lei da Ficha Limpa é um dos mais belos espetáculos democráticos, posto que é uma lei de iniciativa (popular) com escopo de purificação do mundo político.”