O título acima é de um artigo que publiquei na Tribuna de Minas de domingo 23 de setembro de 2007, sobre as férias, os feriadões e “enforcamentos”, em que os brasileiros, prelibando dias de ócio e lazer revigorantes, lançam-se nas estradas com suas famílias e são engolfados na caudal dos acidentes fatais que eliminam, muitas vezes, a família inteira.
Advertia, então, sobre o feriadão iminente de 12 de outubro, Dia da Padroeira, que, a exemplo do ultimo 7 de setembro, cairia numa sexta-feira e emendaria até segunda-feira. O feriado do Dia da Pátria de 2007, entre 6 e 9 de setembro, registrara 1.754 acidentes com um saldo de 141 mortes, além de 1.186 feridos e mutilados.
No texto eu deplorava que, celebrações como a confraternização universal, o carnaval, a semana santa e os brasileiríssimos “enforcamentos” ensejassem tanta carnificina, tanta tragédia familiar, tanto tributo cobrado em vidas, uma verdadeira chacina em que predomina a abrupta interrupção de vidas jovens e promissoras, verdadeiras promessas para a Pátria do futuro.
Passaram-se quatro anos e veio o carnaval de 2011 que, a exemplo dos anteriores e dos demais feriadões, continua cobrando e recebendo o seu percentual das vidas imoladas em holocausto ao “deus automóvel”. Neste carnaval de 2011 ocorreram - somente nas rodovias federais - 4.165 acidentes, em que foram identificadas 3.124 pessoas alcoolizadas e nos quais pereceram 213 pessoas, sem falar-se nos feridos e mutilados de sempre.
O que mais nos aflige nessa matança é a indiferença das autoridades brasileiras que não investem em duplicação de rodovias, fator evidente de redução de casos. Incomoda-nos, também, a indiferença com que apáticos assistimos, ano a ano, a cada feriadão, a essa tragédia nacional repetitiva, com a mesmice da mortandade que nos assola, produzida, sobretudo, pela nossa índole transgressora.
É injusto que tal morticínio inútil persista e cresça em tal progressão geométrica.. Nem nos aventuramos a uma soma aritmética de, por exemplo, últimos dez anos, que seria assustadora, aterrorizante. A verdade é que nossos dias de ócio e despreocupação tornaram-se para nós os “feriadões do mal”!
Um comentário:
Cel Saint'Clair, o artigo do senhor é por demais oportuno, a vista do crescente aumento dos níveis de acidentes nas rodovias nos períodos considerados, com a conivência e incompetência das autoridades, que fazem campanhas educativas ineficazes, ao que parece, mais com o objetivo eleitoreiro, do que propriamente de coibir ou minimizar o problema. Daí advém também a nossa apatia e indiferença, como bem fala o senhor. Resultado: mortes e mais mortes. Até quando meu Deus.
Penso que enquanto não tivermos a consciência de que devemos agir como verdadeiros cidadãos não só de direito, mas também de fato, ficaremos refém de nossos pseudos dirigentes políticos.
Creio também, que cabe no caso alguns conceitos logosóficos(ciência que estuda o interior humano.
A situação ao nosso redor só vai mudar, quando mudarmos o nosso comportamento. "QUANDO TODOS OS HOMENS FOREM CAPAZES DE CONTROLAR A SI MESMO E PENSAR,PENSAR PARA O BEM PRÓPRIO E DOS DEMAIS, NÃO EXISTIRÃO ESSES RANCORES MILENARES ENTRE OS POVOS" DO LIVRO LOGOSOFIA, UMA NOVA FORMA DE SENTIR E CONCEBER A VIDA.
PARABÉNS CEL SAINT'CLAIR, POR MAIS ESSA OBRA PRIMA EM PROL DE UM TRÂNSITO MAIS HUMANO. Com o meu fraternal abraço.HENRIQUE
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