sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O BRASIL E O LIXO DO MUNDO II


               Em setembro de 2010 postei neste Blog um artigo sob o título acima, em que deplorava o mau destino dado à imundície que produzimos como lixo doméstico, lixo orgânico, lixo industrial, lixo tóxico, lixo eletrônico, lixo químico, lixo atômico, tudo descartado na natureza de forma aleatória e criminosamente inconseqüente, além do abundante lixo espacial, que fazemos gravitar em nosso espaço sideral.
               Naquele texto denunciávamos que os europeus - com a facinorosa conivência de gananciosos e impatrióticos empresários brasileiros - haviam descoberto o “caminho das pedras” ao escolher o Brasil como destino final de sua sujidade, como se fôssemos o “lixão do mundo”.
               Com efeito, na época, a imprensa anunciava a apreensão em Porto Alegre de uma carga de 10 toneladas de lixo importado de Hamburgo, Alemanha, em conteiners que traziam a falsa indicação de “Aparas de Polímeros de Etileno”.
               Continham, em realidade, embalagens usadas de produtos de limpeza, fraldas descartáveis ainda com excrementos e sobras de alimentos vencidos, importados pela firma gaúcha “Recoplast, Recuperação e Comércio de Plásticos”.
               Em 2009 foram apreendidos no Porto de Santos/SP, 42 toneladas de lixo tóxico procedentes da Inglaterra, material classificado como infectante, que o Governo brasileiro com base na Convenção de Basiléia, restituiu às suas conspurcadas origens britânicas. 
              Pelo noticiário recente parece-nos que, como Dom João VI em 1808 abriu os portos brasileiros ao comércio com as nações amigas, o Brasil de agora abriu-se à importação de doenças “gringas”,  através do lixo hospitalar que nos mandam os americanos do norte.
              Foram apreendidas 23 toneladas de lençóis e fronhas ensangüentados, jalecos, seringas hipodérmicas, luvas usadas e cateteres, exportados do porto norte-americano de Charleston e chegadas ao porto de Suape, Pernambuco, importados por empresa de Santa Cruz do Capibaribe.
              Esses maus brasileiros, importadores de doentias sobras e repugnantes detritos estrangeiros, em sua carência de amor-próprio e impulsionados por seu imenso complexo de inferioridade não se pejam - principalmente por ganância - de expor a Nação ao escárnio de outros povos.
              Por lhes faltar brio e altivez afrontam, de forma soez e ignóbil, o nosso “orgulho nacional”, já tão ferido, fragilizado e vilipendiado pelos continuados escândalos financeiros que nos impingem a nossa despudorada classe política.
              Nossas autoridades deviam enquadrar esses velhacos “importadores” de material infectado, na prática delituosa de “Crime contra a Incolumidade ou a Saúde Pública” ou de “Perigo Comum”, consistentes na promoção de epidemia, mediante propagação de germes patogênicos, tal como já previstos em nossa legislação penal.
              Infelizmente, da cogitação de tais medidas repressivas, não temos notícia.
              Só a Divina Misericórdia, para nos proteger de nós mesmos!  

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domingo, 9 de outubro de 2011

SETEMBRO NEGRO


Oi Amigos! Estou de volta, após demorado embotamento de minha literatice e o faço atendendo,  sobretudo,  às instâncias de Simonne Maria, Geraldo César e do eminente confrade Cláudio Cassimiro,  da ALJGR.
No domingo, 4 de setembro, ao término de um baile funk, um numeroso grupo de notívagos ensandecidos atacou com pedradas e garrafadas os militares da  UPP da Cidade de Deus, área do 18º BPM da PMRJ, de que resultaram vários feridos.
No dia 10 de setembro, a UPP do Morro Fallet/Fogueteiro em Santa Tereza, centro do Rio, foi atacada por uma dezena de bandidos quando um PM sofreu dois ferimentos a bala, um no pescoço e outro no abdômen. Foram resgatados após, o ataque, pela chegada oportuna de um “caveirão” do BOPE que penetrou na “comunidade”.
No dia 13 de setembro no Morro da Coroa, no Catumbi, centro do Rio, um grupo armado, com fuzis e granadas, realizou um ataque fulminante à UPP da “comunidade”, no qual um sargento de 26 anos perdeu a perna esquerda e um colega seu recebeu um balaço no pescoço.
O jornal inglês “The Guardian”, na última semana de setembro, a propósito da alta criminalidade brasileira, coloca em xeque a capacidade do País de defender seus cidadãos, em matéria com a seguinte chamada: - “O Brasil protege suas árvores, mas não o seu povo”.
Em sua mensagem ao Povo Brasileiro, no distante 19 de abril passado, “Dia do Exército” o General Enzo Perri, Comandante da Força Terrestre, havia dado o norte para um rumo bastante alentador, pondo fim a antiga polêmica sobre a amplitude do emprego da força federal no campo da defesa interna.
Disse o ilustre General, sobre a guerra sem quartel e permanente que a Nação trava contra traficantes de drogas e contrabandistas:
“Fatos recentes,  ocorridos na “aldeia global” apontam para a necessidade de um Exército dissuasor, mas também com múltiplas capacidades para enfrentar ameaças assimétricas e atender a demandas de outras naturezas como tragédias ambientais, ocupação de áreas dominadas pelo crime organizado, segurança de grandes eventos, manutenção da posse de riquezas naturais, vigilância efetiva de nossas fronteiras e apoio ao desenvolvimento nacional”(gn).
É hora  pois, meu General, de um grande incremento na “pacificação” e efetiva ocupação dos morros cariocas e concomitante enfrentamento dos demais bolsões da  criminalidade, instalados em todo o território nacional.
E acirra-se a polêmica sobre competências investigativas e punitivas, entre o Presidente César Peluso do STF, que fala em “leviandade” e a Corregedora Eliana Calmon do CNJ, que fala em “bandidos togados”.      
Enquanto isso, 35 desembargadores de todo o País – sem falar-se nas pretorias de menor escalão - acusados de crimes diversos contra o erário e contra a administração da Justiça, aguardam o fim da ruidosa controvérsia para serem, afinal, investigados e julgados.  
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